Depois de três dias em Quelimane, regressámos a Maputo, Encerra-se assim este bloque que pretendeu relatar o dia-a-dia do nosso regresso a Quelimane, 37 anos depois de lá termos saído em 1975.
Proximamente este blogue será convertido num outromenos personalizado onde qulquer quelimanense poderá encontrar informação e muitas fotos sobre a cidade de Quelimane.
Resta-nos agradecer a participação dos amigos e familiares que acompanharam e comentaram e dizer que, apesar de não ter sido fácil observar uma cidade tão diferente da de outros tempos, foi bom ter regressado à nossa terra de nascença.
Zé, Paulo e Tozé
Regresso a Quelimane
Relatos da viagem de regresso a Quelimane, Moçambique, dos irmãos José Manuel e João Paulo Maia Dionísio e do primo Tozé Castro.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
Terceiro dia em Quelimane
Choveu torrencialmente durante a noite e continuou durante praticamente todo o dia. Cancelámos a viagem a Niquadala, onde iríamos percorrer a estrada por onde muitas vezes fizémos o "passeio dos tristes", que é como quem diz, a voltinha de fim-de-semana.
Quando conseguimos sair do hotel, voltámos a deambular pelas princpiais ruas de Quelimane. Devemos ter tirado outras 1500 fotografias :-). O espaço das piscinas municipais é mesmo um dos mais interessantes de Quelimane, com uma vista sobre o rio dos Bons Sinais que nada deve a muitas outras paisagens deste nosso mundo. Come-se muto bem no restaurante da piscina, muitas vezes ao som de boa música.
E finalmente comemos carangueijo, ainda que pequenos, seguidos de uns bons camarões tigres.
O antigo edifício das finanças, onde me recordo de ver os "Sipaios" à porta.
Quando conseguimos sair do hotel, voltámos a deambular pelas princpiais ruas de Quelimane. Devemos ter tirado outras 1500 fotografias :-). O espaço das piscinas municipais é mesmo um dos mais interessantes de Quelimane, com uma vista sobre o rio dos Bons Sinais que nada deve a muitas outras paisagens deste nosso mundo. Come-se muto bem no restaurante da piscina, muitas vezes ao som de boa música.
E finalmente comemos carangueijo, ainda que pequenos, seguidos de uns bons camarões tigres.
O antigo edifício das finanças, onde me recordo de ver os "Sipaios" à porta.
Na marginal de Quelimane, que está muito cuidada e faz inveja seguramente à de Maputo.
A antiga Categral, na marginal. Completamente abandonada. e a cair. Inadmissível e porventura a imagem mais chocante de Quelimane.
7 de Abril, dia da Mulher Moçambicana. Muito giro. Todas as mulheres saem à rua de capolana e tem como uma tradição irem almoçar juntas. Todas as esplanadas de Maputo, que são cerca de dez quanto nos foi possível contar, tinham grupos de mulheres a almoçar e a festejar o seu dia.
A famosa galinha "à cafrial"
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Viagem a Zalala
Hoje, 08/04/2011 sou eu, Paulo, que relata a visita à praia de Zalala. Depois de uma noite tempestuosa, partimos às 9.00 horas, com o nosso guia, o Chandinho, e o respectivo Jeep Toyota. A estrada para Zalala é a mesma de há 40 anos, muito estreita, sem manutenção, muito tráfico de bicicletas e povo a pé. Chuva, poças que escondiam os buracos, buzinadelas e saídas de estrada para deixar passar e ultrapassar. Quem vier para estas bandas que não se esqueça do Jeep, pois não fará mais de 10 Km sem partir as suspensões.
Chegamos a Zalala e deparámo-nos com um agrupamento de casas, algumas do tempo colonial, outras mais recentes. Identificamos as casas onde passávamos os fins-de-semana na nossa infância, a do Tozé bem recuperada/pintada e a nossa mais degradada. Recordámos tempos de criança, passámos a barreira de casuarinas e fomos à praia. Um imenso areal banhado pelo Índico, pouca gente, alguns pescadores e filhos a brincarem na areia. Andámos de Jeep e fartámo-nos de tirar fotografias. Só não tomámos banho porque a chuva não deixou.
Encontrámos um tasco para comer peixe pedra. Havia, mas pescado há dois dias. Por via das dúvidas, atacámos duas galinhas à cafrial, no meu caso com reforço extra de piripiri.
Regressámos à tarde, comprámos uma enorme ata (fruto tropical) à beira da estrada, revivemos os pântanos e cocais e chegámos satisfeitos por um dia bem passado, cheio de boas recordações.As seguintes fotos foram todas retiradas a caminho de Zalala.
A reparar a palhota...
Beleza infinita
A estrada até Zalala está toda as faltada mas com crateras onde cabe meio-carro.
A antiga casa de praia dos Dionísios
A antiga casa da praia dos Castros
O único restaurante aberto à semana em Zalala. Lá se foram mais duas galinhas à vida, cozinhadas à cafrial.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
O primeiro dia em Quelimane
O primeiro dia em Quelimane foi um dia intenso, desde logo pela humidade do ar que nos deixa permanente a “destilar” e uma temperatura superior a 30 graus. Também foi intenso porque tivemos oportunidade de ver as casas onde vivemos as nossas infâncias. Estão lá, com quase quarenta anos de degradação contínua sem terem conhecido qualquer tipo de manutenção. Como tem vindo a acontecer, no nosso imaginário tudo tinha uma dimensão muito superior. A largura das casas, o tamanho dos quintais e dos jardins, espaços que serviram a nossa meninez e que na altura tinham para nós outra dimensão espacial.
Atravessámos Quelimane de lés-a-lés, através da sua marginal e avenida paralela, hoje Av. Samora Machel (a avenida do Monteiro e Giro, do hotel Chuabo, do café Riviera, que foi vendido a indianos segundo se diz e que se encontra fechado há quatro meses). A total degradação da catedral velha de Quelimane é a imagem que mais impressiona, pela sua simbologia nas nossas memórias. Foi lá que se casaram os nossos pais, foi lá que ajudámos à missa, teríamos então seis, sete ou oito anos. Publicar as fotos desta catedral abandonada seria o pretexto para retirar a qualquer “quelimanense ou chuabo” a vontade de regressar a esta cidade.
No outro lado da cidade, podémos passar pela Escola Técnica de Quelimane, nas traseiras de uma praceta onde muitos amigos viviam, onde nós fazíamos as nossas corridas de carros de rolamentos e que também se encontra em mau estado. Regressamos novamente pela rua das nossas casas e sentámo-nos no muro do antigo sindicato, em frente à nossa casa (Paulo e Zé). As casas estão habitadas e minimamente tratadas, mas não encontrámos condições para contactar com quem lá vive e eventualmente podermos lá entrar. Veremos amanhã e depois se tal será possível.
A antiga escola Vasco da Gama, continua a ser uma escola, agora uma escola primária. O Colégio de Nossa Senhora do Livramento continua a funcionar e ao que parece gerido por freiras. Lá iremos, porque hoje foi feriado, para visitar as salas de aulas onde tivemos aulas com as irmãs Lúcia, Elisete entre outras. Mas podemos espreitar por cima do muto das traseiras e recordar perfeitamente o espaço de recreio e as salas de aulas.
O antigo ciclo, onde eu Zé fiz parte do 1º ano e onde a mãe do Tozé foi minha professora de história, continua a ser uma escola, apesar de muito degradada.
O almoço foi Galinha à cafreal. Quelimane está visto e vai no sábado ser revisto. Amanhã vamos passar o dia à praia de Zalala.
Rio dos Bons Sinais
A caminho de Quelimane
Saímos de Maputo às 21.15h do dia 6 de Abril de 2011 em direcção a Quelimane. O voo fez paragem em Tete, cidade onde o trio crê que nunca tinha anteriormente parado. E desta vez também não saímos do avião :-). Esperámos um hora dentro do mesmo enquanto saíam e entravam novos passageiros.
O voo, num 737 da LAM correu muito bem. O tempo estava óptimo, e voámos a 33000 pés ..... De Maputo a Tete levámos 90 min e de Tete a Quelimane 35 min. Era meia-noite e meia quando aterrámos num praticamente novo aeroporto de Quelimane. Ainda dentro do avião reconhecemos as linhas do edifício do aeroporto, que nos surpreendeu pela positiva visto estar em estado impecável. Já o de Tete nos pareceu estar completamente renovado.
À nossa espera estava o "taxi" que tinha reservado a partir de Maputo. Aqui reserva-se tudo por telefone. Mas o taxista apareceu com a namorada, que se sentou à frente no carro como não podia deixar de ser. Vai daí, nós os 3, num total de 3 metros de altura e 300 Kg de peso espremo-nos na parte de trás do carro, para uma viagem de 15 min até ao centro de Quelimane onde estava o Hotel Flamingo. Ao entrarmos na cidade repidamente começamos a reconhecer as ruas, especialmente o Tozé, que tinha a cidade toda na memória. Mas quando vimos o antigo edifício das finanças, suspenso nos seus grandes pilares, percebemos que estávamos mesmo perto da nossa antiga casa e do centro da cidade. O jardim principal da cidade está muito bem arranjado e logo o Tozé identificou a nossa antiga escola primária, o Colégio de Nossa Senhora do Livramento. Entrámos no Hotel, e saímos 10 min depois à procura de um bar onde pudessemos comer qualquer coisa. Pela três da manhã deitámo-nos bem compostinhos; é que aqui o calor é muito e vai daí ...
O voo, num 737 da LAM correu muito bem. O tempo estava óptimo, e voámos a 33000 pés ..... De Maputo a Tete levámos 90 min e de Tete a Quelimane 35 min. Era meia-noite e meia quando aterrámos num praticamente novo aeroporto de Quelimane. Ainda dentro do avião reconhecemos as linhas do edifício do aeroporto, que nos surpreendeu pela positiva visto estar em estado impecável. Já o de Tete nos pareceu estar completamente renovado.
À nossa espera estava o "taxi" que tinha reservado a partir de Maputo. Aqui reserva-se tudo por telefone. Mas o taxista apareceu com a namorada, que se sentou à frente no carro como não podia deixar de ser. Vai daí, nós os 3, num total de 3 metros de altura e 300 Kg de peso espremo-nos na parte de trás do carro, para uma viagem de 15 min até ao centro de Quelimane onde estava o Hotel Flamingo. Ao entrarmos na cidade repidamente começamos a reconhecer as ruas, especialmente o Tozé, que tinha a cidade toda na memória. Mas quando vimos o antigo edifício das finanças, suspenso nos seus grandes pilares, percebemos que estávamos mesmo perto da nossa antiga casa e do centro da cidade. O jardim principal da cidade está muito bem arranjado e logo o Tozé identificou a nossa antiga escola primária, o Colégio de Nossa Senhora do Livramento. Entrámos no Hotel, e saímos 10 min depois à procura de um bar onde pudessemos comer qualquer coisa. Pela três da manhã deitámo-nos bem compostinhos; é que aqui o calor é muito e vai daí ...
terça-feira, 5 de abril de 2011
Primeiro dia em Maputo
Foi um dia sem grande história. Primeiro impacto de África para o Paulo e Tozé. Eu, Zé, ainda não percebi o que eles sentiram, mas Maputo não é de facto uma cidade interessante do ponto de vista turístico. Fomos Jantar ao Clube Naval e, para desgraça nossa ... não havia caranguejo.
Nas instalações da PRIMAVERA em Maputo.
À chegada a Maputo
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Chegámos a Maputo
Depois de 11 horas de voo, aqui estamos em Maputo. A cidade parece muito diferente quando comparada com há 4 anos atrás. O aeroporto é novo, a cidade está mais limpa, veêm-se menos guardas. Começamos por visitar as instalações da PRIMAVERA e seguimos para o apartamento da empresa em Maputo. Está muita humidadee por isso ... vamos a banhos. Depois ... enquanto um vai fazer visitas a clientes, os outros dois vão explorar a cidade.
Hotel Polana. Moçambique não é todo assim!
Hotel Polana
Hotel Polana. Moçambique não é todo assim!
Hotel Polana
domingo, 3 de abril de 2011
Amanhã é o dia de Partida
As máquinas fotográficas estão a carregar, os binóculos na mala, os repelentes de leões pronto para serem activados. Em Quelimane vamos apanhar até 37 graus, mas Zalala está à nossa espera para nos refrescarmos.
domingo, 27 de março de 2011
Prólogo
Entre 3 e 16 de Abril, estes três "chuabo" vão fazer uma viagem de regresso ao passado. Saímos em 1975 de Quelimane, com 8, 10 e 14 anos e nunca mais tivemos oportunidade de regressar a Quelimane. Eu, Zé Manel, tenho tido a oportunidade de visitar Moçambique com relativa frequência por motivos profissionais, mas tenho-me ficado sempre por Maputo. O meu irmão Paulo e o nosso primo Tozé nunca mais regressaram a Moçambique, pelo que o impacto desta viagem será seguramente mais forte para os dois. Durante a viagem tentaremos ir registando as nossas sensações neste blogue, deixando um registo para posterior recordação e permitindo que amigos e família acompanhem esta viagem. Zé Manel
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